Chamamos de Gestação Prolongada toda gestação que se estende além das 42 semanas. E isso não necessariamente significa um maior risco de intercorrências.
Como já expliquei antes, a cada 1 mil nascimentos humanos, 950 ocorrerão entre 37 e 42 semanas. Outros 25 serão acima das 42 semanas e 25 serão abaixo de 37 semanas, sem qualquer problema para mãe ou bebê. (Evidências do ACGO – merican College of Obstetricians and Gynecologists).
O fato, porém, é que a partir das 42 semanas, mesmo com todos os indicadores dentro da normalidade, aumentam as chances de insuficiência placentária, inclusive durante o trabalho de parto, o que eleva a probabilidade de o parto se encaminhar para uma cesárea.
Vale aqui um dado importante: dos 25 bebês que passam das 42 semanas normalmente, 16 chegam às 43 semanas e um chega às 44 semanas. E nesse ponto nos deparamos com um dos grandes objetivos do pré-natal: acompanhar a gestante de perto para avaliar o estado de saúde da mãe e do bebê, e assim esperar com tranquilidade e segurança. Evitando cesáreas desnecessárias.
Depois das 42 semanas, costumo orientar que é melhor induzir o parto do que esperar que ele comece naturalmente. Isso porque as chances de cesárea crescem muito com o aumento da probabilidade de insuficiência placentária. Mas isso em linhas gerais. Essa é uma decisão que deve ser tomada por cada gestante com seu médico, analisando caso a caso. E de acordo também com os protocolos da instituição ou local onde ocorrerá o nascimento. Isso porque há instituições (hospitais) que não aceitam parturientes acima de 43 semanas.
Mas por que é tão difícil esperarmos até as 42 semanas sem que nos digam que a gestação já passou da hora?
Costumo dizer que o que houve com o passar dos anos foi uma “ilusão idiótica”.
Brincadeiras à parte, há uma ilusão quando falamos de prazos e DPP. Na década de 70, as cesáreas começavam a ser feitas com 40 semanas, quando o trabalho de parto não ocorria naturalmente antes disso. Mas os anos foram passando e para “garantir” as cesáreas, elas começaram a ser antecipadas para 39 ou 38 semanas.
Com o tempo, então, olhava-se para a DPP como se ela fosse o limite para o nascimento, e não uma estimativa. E isso gera nas mães ansiedade e até medo. Mas eu reforço: os riscos aumentam somente após 42 semanas, e não antes disso.
No caso de uma gestação de baixo risco prolongada, com tudo ocorrendo de forma fisiológica, o ideal é a espera. Indução, só depois das 42! Lembrando ainda que a indução leva em média 3 dias para acontecer e pode iniciar com métodos naturais (acupuntura, óleo de rícino, homeopatia, shake).
Ou seja, mãe e bebê bem, pré natal sem intercorrências, o ideal é esperar.
Mais sobre gestação prolongada aqui.
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