Essa palavra que é muito temida e também pouco utilizada é uma das sombras que cercam as gestantes e parturientes.
Aqui no ocidente, a morte é tratada como um tabu.
Mas gestar é vida, e a vida e morte andam juntas.
Uma só pode existir por conta da outra.
Falando fisiologicamente, realizar um pré-natal adequado tem como objetivo prevenir possíveis perdas já que é uma das ferramentas que auxiliam a identificar com antecedência qualquer anormalidade.
Ter a tecnologia em nossas mãos, mesmo nos partos domiciliares (que são seguros exatamente igual aos hospitalares, no caso de gestação de baixo risco) também é um aliado para a vida.
MAS POR QUE O MEDO DA MORTE AINDA CERCA AS MÃES?
Eu tenho para mim, que subliminarmente esse medo acomete as mulheres, pois essa morte é real. E não digo apenas sobre a morte física, mas também àquela figurativa e do que não se conhece.
Gestar, parir e o puerpério é um encontro entre vida, morte e vida profundos.
Me arrisco a dizer até que é o mais intenso que um ser humano pode experienciar.
Pois ali, aquela mulher e parceiro(a) nunca mais vai existir, nascerão outras pessoas.
E quem é essa outra mulher? Quem é esse(a) parceiro(a)?
Quem é esse(a) bebê?
Isso pode trazer medo, ansiedade.
E nem sempre são reflexões que vem à consciência, mas sinto que é algo muito presente.
Se conectar com essa outra forma de olhar a morte é muito poderosa.
É deixar ir as expectativas romantizadas de quem será essa mãe, quem será esse pai (ou mãe) e especialmente, quem será esse bebê.
É deixar que os filhos sejam quem eles querem, e não quem os pais desejam.
É aceitar que aquela mulher que conhece irá embora, mas outra renascerá.
E o casal renascerá. Bem como as formas de se relacionar.
Thaís Jacobsen Tanuka
Por:
Tanuka
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