ESTOU GRÁVIDA DE GÊMEOS. PRECISO ENTÃO FAZER UMA CESÁREA?
A resposta é não.
Mas para explicar melhor as possibilidades e especificidades de cada situação, vou começar dividindo as gestantes de gêmeos em dois grupos: gêmeos monocoriônicos biamnióticos – quando se tem uma placenta e dois sacos amnióticos. E gêmeos dicoriônicos e biamnióticos – quando se tem duas placentas e dois sacos amnióticos.
Por que essa divisão é importante?
Porque quando se tem duas placentas, as nutrições dos bebês são independentes e gravidez deve ser tratada como outra qualquer. Se não, ambos dependem da mesma placenta e há, portanto, mais chance de a gestação tornar-se de alto risco.
No caso de uma única placenta para os dois bebês, a questão é que não se sabe até quando a placenta vai funcionar adequadamente. Por isso, acima de 37 semanas de gestação, aumenta o risco e recomenda-se a indução do parto.
Já uma gravidez com duas placentas segue como uma gestação comum, com a diferença de que são dois bebês lá dentro. Se o acompanhamento demonstrar que tudo vai bem, pode-se chegar normalmente até as 42 semanas.
Mas e a via de parto? Precisa ser cesárea?
Isso vai depender do posicionamento dos gêmeos.
Explico melhor:
Existem quatro combinações possíveis de posição:
Dois bebês cefálicos.
Primeiro cefálico e o segundo pélvico.
Dois bebês pélvicos.
Primeiro pélvico e segundo cefálico.
Torcemos geralmente para que os dois estejam cefálicos, ou pelo menos o primeiro.
No caso de o primeiro estar pélvico e o segundo cefálico, é indicada a cesárea por prevenção, para evitar que os queixos se prendam durante a descida do bebê.
Nas outras três combinações, pode-se tentar o parto normal, sim, e ele será mais fácil quanto mais cabeças estiverem voltadas para baixo (na posição cefálica).
Uma gestação gemelar, portanto, é igual a qualquer outra quando há duas placentas: pode-se esperar o trabalho de parto naturalmente.
Se contarmos com uma única placenta, vale a indução do TP a partir de 37 semanas, mas a via de parto será definida pela posição dos bebês.